sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Achtung Baby

   O dicionário da língua portuguesa Houaiss define 'amizade' da seguinte forma: 1. sentimento de simpatia, de afeição, 2. concordância de sentimentos ou posição a respeito de algo, aliança, 3. amigo, companheiro, camarada. Durante toda a nossa vida, vários exemplos de amizade vão sendo percebidos, descobertos, mas eis que somente poucos amigos o são de fato, como nas definições descritas anteriormente. Aqueles que realmente compartilharam bons e maus momentos em sua vida, que são como uma espécie de família, com quem já se brigou como se briga com um irmão legítimo, com quem já se ficou chateado por algum tempo, mas que não geram a dúvida de que se faria qualquer coisa para enaltecê-los, ajudá-los, segui-los, etc., são realmente muito poucos. Estes verdadeiros amigos, ou amigos de fato, não nos deixam constrangidos por aparecerem sem avisar, por estragarem um momento de privacidade ou um momento em que se queria estar sozinho, ou com sua família, ou com seus egoísmos, com suas egocentricidades... Esse tipo de amizade é desenvolvida ao longo do tempo, não é 'encontrada' por aí, como quem descobre um oásis no meio do deserto; tudo que é sincero, profundo e autêntico requer tempo e trabalho (claro que depende de uma espécie de iluminação também, mas esta parte, em sua essência, não está no nosso escopo de volição, não depende de nós). Assim, permitam-me iniciar a postagem desta semana descrevendo três exemplos destas amizades verdadeiras das quais tomei conhecimento ao longo de minha, até agora, breve vida.
   Duas das canções mais românticas e belas do mundo, que são eternas e conhecidas por 101% da população mundial (hehe... isto foi um exagero proposital para chamar a atenção do leitor), foram compostas por artistas diferentes para a mesma mulher. George Harrison, por muitos considerado o melhor dos Beatles, conheceu o grande amor de sua vida nas gravações do filme A Hard Day's Night, em 1964; seu nome: Patricia Anne Boyd, que entrou para a história como Pattie Boyd. 'Seus cabelos loiros e profundos olhos azuis, além do jeito inocente de menina' deixaram o beatle desnorteado, e, no mesmo dia em que se conheceram, George teria perguntado se ela queria se casar com ele. Isto realmente aconteceu dois anos depois, em 21 de janeiro de 1966 (ele tinha 22 anos e ela 21). O casamento seguiu como um conto de fadas, tendo gerado uma canção romântica suprema: Something, que George disse informalmente para Pattie que a havia composto em homenagem a ela. A música foi (e é) um sucesso, mas o casamento começaria a desandar com as crescentes infidelidades de George (inclusive tendo tido um caso com a mulher de Ringo Starr na época: Maureen Cox, com quem o baterista teve três filhos) e com a sua crescente imersão na filosofia oriental e fixação por meditação, o que levava o beatle a períodos cada vez maiores de isolamento e depressão. O fato é que na vida de George sempre existiu o grande Eric Clapton; um estava no auge da carreira com os Beatles, o outro, exímio guitarrista que tinha ficado famoso como 'guitarrista blues britânico' nas bandas The Yardbirds e John Mayall & the Bluesbreakers, mas que vinha pulando de banda em banda, até chegar ao Cream entre 1966 e 1968 (a banda só duraria dois anos, como novos 'revivals' nas décadas de 1990s e 2000s), vinha tentando se encontrar no meio musical. Aconteceu, porém, que o grande Eric Clapton também ficou desnorteado ao conhecer Pattie Boyd, e ficou tão apaixonado que era difícil esconder, inclusive insistindo para que ela terminasse o casamento com George e viesse morar com ele. George sempre soube disso, mas a amizade entre eles nunca ruiu. A amizade e convívio entre os dois músicos eram tão grandes que ambos contribuíam musicalmente na carreira um do outro; é sabido, por exemplo, que pertence ao Eric Clapton o conjunto de solos de While My Guitar Gently Weeps, inclusive com sua participação nas gravações da música para o álbum dos Beatles que ficou conhecido como The White Album. Profundamente envolvido com o vício em heroína, principalmente após o fim de sua quarta banda em uma década, Derek and the DominosEric se autodestruía, e um dos empuxos que o ajudou, após grandes períodos de reclusão e isolamento por causa do vício, foi o Concerto para Bangladesh, de 1971, que foi organizado por George, que insistiu na participação do grande amigo. 


Pattie Boyd



George e Pattie


Clapton e George


Clapton e Pattie




   A amizade era realmente profunda, autêntica, verdadeira, mas a paixão de Eric por Pattie parecia não passar (mesmo após a irmã desta, Paula Boyd, ter se mudado para morar com ele; Paula acabou abandonando Clapton tanto por causa do vício em álcool e heroína como por ter percebido que a verdadeira paixão dele era sua irmã, Pattie). Aí vem a origem de outra eterna canção, desta vez composta por Clapton para Pattie: a inesquecível Layla. Esta música pode ser considerada uma das mais românticas do universo do Rock, e é baseada numa antiga lenda árabe, do poeta persa, do século XII, Nizami Ganjavi; a lenda é baseada numa história real, que teria acontecido no século VII, sobre um amor impossível (Qays se apaixona por Leyli, mas o pai desta impede o romance por richa entre as famílias; Qays foge para o deserto por ter ficado profundamente sentido ao saber que sua amada teria sido prometida por seu pai a outro pretendente, com quem se casa; ele enloquece no deserto, passando a ser chamado de Majnun, que significa 'possuído' ou 'louco', e no deserto acaba morrendo; sua amada havia morrido antes dele, dizem, de desgosto por nunca ter podido ficar com seu grande amor). A lenda é trágica, mas bela, e ao saber desta lenda por meio de um amigo seu que havia se convertido ao islamismo, Ian Dallas, o grande Clapton, vendo-se diante de um amor impossível, compôs esta obra de arte. 





Majnun e Leyli (lenda árabe do século XII)

   Bom, George permaneceu casado com Pattie por 8 anos, e chegaram ao divórcio em junho de 1974; aí, após envolvimento com Clapton por mais 5 anos após este divórcio, Pattie se casa com este em 1979, e ambos ficam juntos como casados por 9 anos (na verdade, Boyd deixou Clapton em 1984, mas se divorciou dele, legalmente, em 1988). Outras músicas foram compostas por ambos os músicos para Boyd (inclusive a belíssima Wonderful Tonight, de Clapton). Mesmo diante desse autêntico triângulo amoroso, a amizade entre os dois músicos suplantou tudo, e ambos foram eternos amigos (inclusive, George, Ringo e Paul estavam no casamento de Clapton e Boyd... :)). George Harrison morreu em 29 de novembro de 2001; exatamente um ano após, foi organizado o Concert for George no Royal Albert Hall em Londres; sabem quem era o grande amigo envolvido na organização do evento (além de sua esposa à época, Olivia, e de seu filho, Dhani)? Paul McCartney? Ringo Starr? Não; era Eric Clapton!!! Amizade verdadeira e inabalável! Este é o exemplo máximo de amizade de que já pude ler a respeito em minha vida!




      Outro exemplo de amizade suprema e autêntica é a dos animais. A inocência destes fabulosos seres e a pureza de sua dedicação aos seus cuidadores é algo transcendental. Muitos e belíssimos filmes já foram lançados em que o tema recai sempre sobre a fidelidade da amizade dos animais aos seus donos, geralmente tratando da relação entre cães e homens. Mais recentemente, o filme Marley e Eu (baseado no livro homônimo de memórias que um dono dedicou a seu falecido cão) tocou fundo no coração de muita gente, e enquanto o homem passa a vida tentando entender o sentido das coisas, da vida, a benignidade ou maldade das relações entre os próprios humanos, a transparência dos sentimentos de amor, fidelidade e amizade dos cães em relação aos seus donos é algo marcante e evidente. Neste filme, o final faz qualquer pessoa capaz de compreender um pouco as coisas se derramar em lágrimas porque é muito pungente, muito real, e constata algo que toca profundamente porque é bem verdade! Por favor, vejam o vídeo com parte do fim do filme abaixo, e lembrem-se de que, antes desta parte, o narrador (dono de Marley) chama a atenção de quem assiste ao filme, destacando que aquilo está sendo visto por muitas pessoas; ele diz: 'Você deve estar pensando: - É só um cachorro!'... Aí, vem a sequência do vídeo abaixo...




   Não tenho dúvida de que algo parecido aconteceu na maioria das famílias por aí; aconteceu na minha! Meu pai, após ter criado seus quatro filhos, e morando só com minha mãe em nossa terra natal, resolveu cuidar de um quinto filho: um cão Poodle de nome Luigi (carinhosamente chamado de 'Boneco'). Essa fase de sua vida foi intensamente marcada pela sua amizade com o 'Boneco': este esperava por meu pai na porta de casa ao chegar do trabalho, ao menor sinal de sua aproximação com o carro, ficava muito feliz quando passeava a pé ou no carro com o meu pai, sempre dormia em baixo de sua rede ou de sua cama, e tinha muito ciúme quando alguém disputava a atenção de meu pai em sua frente... Ele foi tirado de meu pai de forma acidental e trágica, mas fazendo o que mais gostava: divertindo-se ao passear! Logo após este incidente, quando ainda não tinha saído o filme supracitado, eu dei de presente o livro pro meu pai, deixando uma dedicatória e uma homenagem a ele por ter cuidado tão bem de seu 'quinto' filho... A contraparte de meu pai? Este escreveu uma belíssima crônica ao seu fiel amigo! Este foi outro exemplo de amizade em seu conceito mais ilustrativo!
 

Luigi (o 'Boneco')

      Por que estou escrevendo sobre tudo isso? Porque aí vem a terceira amizade verdadeira da qual falei no primeiro parágrafo desta postagem, e esta eu pude vivenciar (e ainda vivencio)! Era 1999 quando, morando em Natal, conheci o meu melhor amigo: Leandro Rodrigues Juliasse. Estávamos nos preparando para o vestibular e estudamos juntos durante todo aquele ano; no ano seguinte, numa época em que não havia faculdades particulares com o curso médico por aquela cidade, e somente havia uma universidade pública (a Universidade Federal do Rio Grande do Norte) com tal curso em todo o estado, com vários candidatos concorrendo por uma vaga, incluindo-se de outros estados próximos, em turmas que se dividiam em dois semestres, contendo 45 vagas cada uma, conseguimos passar na turma do primeiro semestre em posições muito próximas... A partir daí, estudamos juntos por 6 anos na Faculdade de Medicina e, mesmo após tê-la concluído, trabalhamos no primeiro emprego também juntos: cumprimos o Serviço Militar Obrigatório na Base Aérea de Natal como médicos por um ano... Seguimos objetivos semelhantes por caminhos um pouco diferentes, e viemos a morar em lugares diferentes por um período, mas jamais perdemos o contato, e não tardará a chegar o dia em que o retorno ao convívio e o alimento para esta verdadeira amizade proceder-se-á diariamente. Ocorre que o meu primeiro contato com a grande banda irlandesa, U2, foi através da capa do CD Joshua Tree, que uma vez me chegou às mãos quando ainda era um adolescente recém saído da infância, e não tive muito interesse, infelizmente, em degustá-lo. O meu segundo contato ocorreu com um presente de meu pai: ganhei o CD Pop; ocorre que este álbum não representa a essência da banda, mas foi meu primeiro contato como ouvinte, e, infelizmente (mais uma vez) não gostei muito das músicas naquela época (triste engano: hoje adoro este CD). Bom, numa época em que só tinha ouvidos para o rock britânico dos Beatles e do Oasis, precisamente em 1999, o meu melhor amigo me apresentou o melhor álbum da banda irlandesa, o Achtung Baby; e sendo ele um dos maiores conhecedores da banda e um grandiosíssimo fã, só posso dizer que, a partir daquele ano, minha vida com o U2 mudou completamente, tendo sido este CD muito especial para mim por tudo que foi escrito e por ser, autenticamente, um álbum arrebatador! Eterno, sem dúvida! Ao meu grande amigo Leandro, só tenho a agradecer por ter me feito imergir de verdade no mundo gratificante que é o U2; e esta é uma humilde contraparte à nossa genuína amizade!


Eu e o grande amigo Leandro

   É difícil encontrar hoje em dia um grupo musical que se inicia e que consegue, ao longo de uma carreira, amadurecer e ainda aumentar o número de admiradores dia após dia, com músicas inspiradoras, executadas de forma magistral por um vocalista militante e altamente emotivo em tudo o que faz ao lado de um eterno parceiro na guitarra muito criativo e que criou um estilo bem original. É sempre importante que existam exemplos como o da banda que é o orgulho da Irlanda; num mundo cada vez mais globalizado e competitivo, os integrantes do U2 demonstram que a fiel convicção dedicada àquilo que fazem porque se gosta profundamente, e porque nisto se acredita realmente, leva qualquer pessoa a caminhos muito distantes. Se fossem colocados isoladamente e fosse avaliada do ponto de vista técnico, muitos outros músicos e seus respectivos instrumentos (voz, guitarra, baixo e bateria) seriam de longe melhores que os integrantes do grupo, mas aí vem a questão do carisma, da vontade, do trabalho em grupo, da originalidade, da simplicidade que contagia, e é genial verem surgir belíssimas e empolgantes canções de uma fórmula da qual não se esperava mais nada de novo! Isto é perfeitamente observado ao longo da carreira da banda; o grande e carismático Bono Vox, compondo de forma profunda e contundente, colocando palavras exatamente onde elas deveriam estar (no mais perfeito exemplo de: 'Puxa, como ninguém tinha pensado nisto antes!'), cantando com o espírito e absorvendo completamente quem o escuta ou o vê, ao lado da guitarra muito criativa do The Edge, bem como das batidas diferenciadas por serem muito originais do Larry Mullen Jr., e da super simplicidade, chegando ao extremo de incipiência técnica do baixista Adam Clayton, parece que gerou um grupo musical em que as complementações ou contribuições de cada um fizessem a diferença para que chegassem ao alto, tornando-se grandes e míticos.


Capa do álbum Achtung Baby

   Acompanhando a trajetória da banda, vê-se uma evolução sem tamanho conforme se passam os anos; as coisas parecem ter começado a tomar um cunho mais expansível com o lançamento do The Unforgettable Fire. Aí veio The Joshua Tree e os fãs explodiram; mas com Rattle and Hum logo depois e a americanização cada vez mais evidente, parecia faltar algo, com este último álbum não tendo atingido um grande sucesso de crítica como foi de público. E com turnês em que se apresentavam de forma mais solene, com canções fortes e pungentes, o U2 parecia ainda buscar inspirações mais autênticas. A estrela criativa de Bono parecia ter começado a brilhar de forma tão intensa que ele foi capaz de absorver de forma sublime a reunificação alemã no final da década de 1980 e início da década de 1990; começava uma mudança de foco do novo mundo para o velho mundo. A influência da música industrial, do rock alternativo e da música dance eletrônica inicialmente não agradou aos demais integrantes, principalmente ao baterista Larry Mullen, que preferia seguir por caminhos antes trilhados a inovar demais... Com sessões de gravação tensas, em que inicialmente se sobressaiu One e tendo havido muitos conflitos de interesse e pausas para reflexão sobre o novo caminho a seguir, o sétimo álbum do grupo, Achtung Baby (a influência dos acontecimentos com a Alemanha à época já se iniciam no próprio título do álbum), foi um sucesso de crítica e de público tão grande que modificaria tudo a partir de então com os rumos da banda. O álbum foi lançado em 18 de novembro de 1991 e é um dos maiores sucesso da banda até hoje (para mim, o melhor... Obrigado, mais uma vez, Leandro... :)).
   É um álbum mais sombrio, introspectivo, mas muito original! É difícil não gostar de ouvi-lo. A crítica o enaltecia imensamente, e o álbum ganhou um Grammy em 1993 ('Melhor Performance de Rock por um Duo ou Grupo com Vocais'); frequentemente, faz parte de listas de melhores álbuns de todos os tempos. O sucesso pode ser visto na grande quantidade de suas composições que são executadas nos shows pelas turnês a partir do seu lançamento; além disto, cinco singles foram lançados (The Fly, em 21 de outubro de 1991, Mysterious Ways, em 24 de novembro de 1991, One, em 2 de fevereiro de 1992, Even Better Than The Real Thing, em 1 de junho de 1992, e Who's Gonna Ride Your Wild Horses, em 10 de novembro de 1992). A inovação e desvio das influências do passado também se fizeram notar na turnê mundial que seguiria o álbum; a Zoo TV Tour foi um evento multimídia mundial diferente de tudo que já tinha sido feito em termos de apresentações ao vivo; com o mesmo intuito de mudança em relação aos shows passados, vários telões no palco satirizavam a televisão e a sobrecarga sensorial na sua audiência. Estes telões ao longo do palco apresentavam efeitos especiais, vários vídeos da cultura pop, frases que piscavam. A presença de Bono é marcante e diferente das apresentações anteriores, com uma performance altamente ousada e cheia de personagens ('Mirror Man Ball', 'MacPhisto') e alter-egos ('The Fly'). A maioria dos shows começava com músicas do novo álbum (chegavam a conter até 8 canções do Achtung Baby, o que demonstrava o distanciamento em relação às performances da banda na década de 1980). A turnê teve início em fevereiro de 1992 e durou quase dois anos, com algo em torno de 157 shows ao longo deste período. Inovador e marcante!


Contracapa do encarte do álbum Achtung Baby

   O disco foi gravado inicialmente em Berlim (no Hansa Ton Studios) e posteriormente em Dublin (nos estúdios Dog Town, STS e Windmill Lane), tendo sido masterizado e pós-produzido nos Estados Unidos da América. O trabalho de capa foi desenvolvido pelo mesmo artista da maioria dos álbuns anteriores, Steve Averill, em parceria com Shaughn McGrath. É emblemática a mudança na arte da capa em conformidade com a mudança dos caminhos musicais da banda; os álbuns anteriores em geral apresentam capas sérias e monocromáticas, e o Achtung Baby apresenta várias fotos muito representativas dos vários momentos da gravação e desenvolvimento do disco. Apresenta fotos em preto e branco no hotel em Berlim onde eles ficaram para a gravação das primeiras sessões, fotos coloridas com os integrantes fantasiados em festas regionais, uma foto de Adam Clayton nu, outra foto com eles dentro de um Trabant, que é um carro da Alemanha Oriental que se afeiçoou como um símbolo de uma Europa em mudança, entre diversas fotos que, em conjunto, apresentam a consistência com a ideia de mudança do disco. É a capa preferida do Bono. O título do álbum (Achtung vem do alemão, significando 'atenção', ou 'cuidado') provém de uma expressão utilizada pelo engenheiro de som, Joe O'Herlihy, durante algumas sessões de gravação, e parafraseia o filme Os Produtores, de Mel Brooks. Bono achou o título ideal, porque apresentava um anseio de chamar a atenção, com referência à Alemanha, e tinha um cunho tanto de nascimento como de romance, sendo que ambos eram temas nas músicas do álbum. A banda, assim, não destacava a introspecção e seriedade de algumas canções, preferindo erguer uma máscara ante os temas (é só lembrar do personagem 'The Fly', por exemplo). É interessante destacar que este título foi escolhido por volta de agosto de 1991, pouco antes do lançamento do álbum; alguns outros títulos acabaram não sendo contemplados (Man, em contraposição ao Boy do primeiro álbum, 69, Zoo Station, Adam, que iria ser apresentada em conjunto com a foto nua de Adam Clayton, Fear of Women, Cruise Down Main Street, este último como referência dupla tanto aos mísseis lançados em Bagdá pelos EUA durante a Guerra do Golfo como ao álbum Exile on Main St., do Rolling Stones).


Bono em 'The Fly' no ZooTV Tour

   As letras das canções do álbum são todas do Bono Vox. A instrospecção é mais evidente nas letras deste álbum, mais diferente das canções de cunho mais político e social que predominavam anteriormente (obviamente existiam muitas canções bastante líricas em álbuns anteriores, mas nenhum álbum com todas as músicas introspectivas e de cunho mais pessoal havia até então). Vários eram os temas, sempre com um cunho mais emotivo e interior: amor, sexualidade, espiritualidade, fé, traição, solidão. Durante a metade da gravação do álbum, Bono havia se separado da sua esposa (e mãe dos seus quatro filhos), Ali Hewson, para quem retornaria depois. Esta separação e o nascimento de suas filhas, Jordan em 1989 e Eve em 1991, inspiraram algumas destas emoções expressas no disco.
   A primeira canção do álbum é Zoo Station. Este título veio da inspiração que a banda teve ao chegar a uma estação de trem de Berlim (Zoo Bahnhof). Ao chegar a Berlim para as gravações, a banda foi até o zoológico da cidade e Bono teve a ideia de usar o zoológico como um tema. Esta imagem iria se apresentar novamente no próximo álbum, o Zooropa, e na turnê mundial Zoo TV. A canção apresenta resquícios da mistura do rock com o hip-hop, mostrando a nova influência musical para este disco, que se inicia de forma contundente e marcante. De interessante, alguns fãs afirmam que a música tem referências com algumas ideias de um livro chamado 'The Kids from the Zoo Station' (do alemão Wir Kinder vom Bahnhof Zoo), que foi escrito por uma adolescente chamada Christiane F. (contração de Christiane Vera Felscherinow), que virou um filme cult muito famoso em 1981 (até com a presença de David Bowe). A história relata a vida desta adolescente, que foi viciada em heroína e outras drogas, tendo que se prostituir para manter o vício, e que frequentemente fazia ponto na estação de trem referida. Das várias pessoas retratadas na história, ela é uma das poucas sobreviventes. Na história, os adolescentes se iniciam com drogas leves e vão chegando ao uso de drogas mais pesadas: na música do U2, há vários versos que retratam isto - por exemplo, ready to let go of the steering wheel. Obviamente, a música apresenta de forma incisiva o tema do trem em paralelo com o tema do tempo, e tem versos que merecem destaque pela introspecção e por levar à reflexão: Time is a train makes the future the past / Leaves you standing in the station / Your face pressed up against the glass. Grande música. Deixo um vídeo do início do show da turnê Zoo TV em Sidney.




Capa do filme 'Christiane F.', de 1981.

   A segunda música, a vibrante Even Better Than The Real Thing, teve sua ideia inicial das sessões do Rattle and Hum, e o título veio de uma brincadeira com o slogan da Coca-Cola ('It's The Real Thing'), sendo uma espécie de declaração mercantilista. Na turnê Zoo TV, a música é apresentada com grandes monitores piscando e vários clips de vídeo, como que zombando das mensagens publicitárias que constantemente bombardeavam o público. O clip da música ganhou o MTV Video Music Award em 1992 por melhores efeitos especiais. Existem referências míticas na letra da música, como a referência ao mito de Ícaro em: 'We're free to fly the crimson sky / The sun won't melt our wings tonight', e a canção também pode ser interpretada como fazendo referência à sexualização excessiva da sociedade, como se novas coisas (mudanças por meio de cirurgia plástica) fossem 'Even Better Than The Real Thing'; o clip apresenta algumas evidências que suportam esta interpretação. No mais, o que marca mesmo a música é o riff de abertura e que percorre toda a música e é viciante para quem ouve. Excelente música!




   A próxima canção é simplesmente das mais executadas, belas, inspiradoras e instrospectivas que já pudemos ouvir neste mundo; há muita coisa envolvida em One. Primeiramente, é uma música que pode ser interpretada de diversas formas: pode ser sobre a banda, uma garota, uma vítima da AIDS. Para Bono, é sobre relacionamentos. A música foi gravada em Berlim após meses infrutíferos no difícil desenvolvimento do álbum, e isto os rejuvenesceu criativamente. Para The Edge, foi uma música fundamental na gravação do álbum, o primeiro avanço no que era um jogo extremamente difícil de sessões. Proventos do single foram doados para pesquisas na AIDS, e isto é indicado no encarte deste. Nas notas do encarte, ainda há a seguinte declaração: "The image on the cover is a photograph by the American artist David Wojnarowicz, depicting how Indians hunted buffalo by causing them to run off cliffs. Wojnarowicz identifies himself and ourselves with the buffalo, pushed into the unknown by forces we cannot control or even understand. Wojnarowicz is an activist artist and writer whose work has created controversy recently through its uncompromising depiction of the artist's homosexuality, his infection by the HIV and the political crisis surrounding AIDS." Na verdade, David morreu em 1992, aos 37 anos, de complicações da doença.


Capa do single de One


David Wojnarowicz

   O fato é que a música ganhou forte aceitação desta mensagem por parte dos que sofriam da doença, com muitos interpretando a música como um filho contando ao pai que estava morrendo de AIDS. The Edge teve a idéia do riff da guitarra após ter trabalhado em Mysterious Ways, e após o início dos trabalhos nesta, One foi rapidamente desenvolvida.
   Existem três clips diferentes da música, cada uma demonstrando uma interpretação diferente da canção. A primeira mostra um búfalo correndo num campo; a segunda, a mais vista na Europa, mostra os integrantes do U2 como drag queens; e a terceira, a mais vista nos EUA, mostra Bono refletindo enquanto fuma. São versões marcantes das músicas, e todas devem ser vistas para mostrar que a música, como cantada na letra de Bono, é tudo e um só ao mesmo tempo. Fantástico!



 






   A música, ao ser representada ao vivo, parece sempre remeter a lembranças de ativistas, de fazer alusão a ajuda ao próximo (campanhas contra a pobreza na África, para ajudar os portadores do HIV), de lembranças de desastres (vítimas do 11 de setembro) e a mensagem é sempre muito profunda. Uma canção que, no final das contas, fala de amor. E quão difícil e ao mesmo tempo simples é falar sobre isto... Uma canção eterna e marcante, sendo a preferida de muitas pessoas pelo mundo! Deixo uma outra versão, ao vivo em Chicago, em 2005.




   A próxima canção é uma das preferidas dos fãs, e tem um significado muito interessante. Until the End of the World é na verdade Judas falando para Jesus como na Bíblia. Contém um imaginário sexual entre ambos, deixando a letra aberta a interpretações. O título da canção é também o título de um filme de 1991, e Bono escreveu a música para o filme. Embora nunca tenha sido lançada como single, a música rapidamente ganhou o coração dos fãs, sendo uma eterna preferida. Dizem, ainda, que o riff do início da música representa o lamento, o grito e o choro de Judas. A encenação na versão ao vivo da música no show de Slane Castle mostra um Bono, como Judas, chutando a guitarra de The Edge, como Jesus, no final da apresentação. Grande música! Meus versos preferidos? 'In my dream, I was drowning in sorrows / But my sorrows they'd learned to swim'.




   A quinta música do disco é a minha preferida: Who's Gonna Ride Your Wild Horses. Esta música foi escrita por Bono e dedicada a The Edge, que passava por um difícil divórcio na época, muito comentado pela Irlanda; posteriormente, ele acabou se casando com Morleigh Steinberg, a dançarina das apresentações de Mysterious Ways. Parece remeter fortemente a um relacionamento que algum membro da banda teria tido enquanto em turnê, mas que percebe que deverá terminar tal relacionamento (dizem que talvez tenha havido um romance entre Bono e Winona Ryder, mas isto é especulação). A música tem uma pouco aparente complexidade técnica, levando a uma grande dificuldade na parte instrumental quando de sua gravação, e versões outras diferentes da gravada no álbum foram lançadas no single  e em B-sides. Existe um verso muito interessante, que contém um significado que deixarei para quem estiver lendo este blog descobrir: 'Who's gonna taste your saltwater kisses?' ;) Repito: é minha preferida do álbum (e está no Top 5 das minhas músicas do U2)!




   A sexta música, So Cruel, tem difícil interpretação. Parece que há um casal tentando manter um relacionamento, com o homem tentando preencher a vida sexual de sua parceira, mas que no final acaba perdendo esta companheira para uma outra mulher. Parece lidar com o fato de não haver regras no amor profundo e verdadeiro, mas que ele afeta os que não são correspondidos. Não é uma das preferidas do álbum, mas tem uma forte conotação no imaginário dos significados de todas as músicas do disco, e faz parte deste contexto bastante introspectivo.




   A próxima canção é a magnífica The Fly. Com vontade de criar uma música 'a la Pixies' (banda de rock alternativo americana), Bono criou um alter-ego baseado em aforismas ('truisms') do artista conceitual norte-americano Jenny Holzer. Criou-se um personagem que poderia dizer de 'A liar won't believe anybody else' a 'A friend is someone who lets you help'. Foi escolhido para ser o primeiro single do disco por causa de seu som inovador (mantendo a ideia de criar um álbum mais alternativo, com novas influências). O personagem que Bono incorpora na turnê Zoo TV é espetacular; com grande óculos escuro e roupa de couro preta, é uma paródia a um 'rock star' egomaníaco. O som da voz de Bono foi intensamente trabalhado e modificado na gravação do álbum (para dar a ideia de representar um outro personagem). Sobre esta viciante música, Bono já comentou se tratar de 'quatro homens derrubando a árvore de Josué' (alusão ao fato do som inovador e de como era diferente do álbum 'The Joshua Tree'). Grande composição de melodia e de letra!




   A oitava canção, Mysterious Ways, tem um cunho ambíguo, podendo ser interpretada sob a visão sensual do jeito feminino de envolver o homem ou, mais profundamente, pode ser interpretado como o lado feminino espiritual (Bono sempre achou que o espírito tem uma conotação mais feminina, e incorporou isto nesta música). A idealização da mulher, ou da visão feminina, pelo homem é a visão que se apresenta na letra da música (Bono comenta não poder ser politicamente correto, pois são uma banda de rock, e a visão que ele demonstra nesta letra é a visão que ele, homem, tem dessa ideia espiritual feminina). O que atrai imediatamente na música é o riff inicial e a batida dançante; é uma canção algumas vezes representada ao vivo com a dançarina Morleigh Steinberg, que acabou se casando com The Edge. E, ao aperfeiçoar o timbre de sua guitarra para esta música, surgiu One, e a gravação do álbum tomou o rumo certo; posteriormente à gravação de One, conclui-se a gravação de Mysterious Ways.




   A próxima canção, Tryin' To Throw Your Arms Around The World, é uma homenagem ao Flaming Colossus, um clube/bar em Los Angeles que era frequentemente visitado pela banda por volta de 1988 nas gravações de Rattle and Hum. É uma canção que trata da banda, dos encontros da banda, do que fica para trás (família), da ajuda que se recebe dos próximos quando seguindo o caminho da música, mas que no fundo trata dos excessos do mundo dos ídolos do rock, da surrealidade que é isto, e enfim percebendo-se que se chega a um limite e que se está sempre arriscando a perder as coisas que são realmente importantes na vida. Uma música boa, mas não das preferidas do álbum!




   A seguir, vem uma das músicas mais adoradas por fãs da banda. Por muito tempo, foi minha preferida do U2, tendo estado no Top 1 incessantemente... :) Era ainda mais especial porque dificilmente era, e é, representada ao vivo (pela dificuldade técnica de fazê-lo). Uma música inspiradora, profunda, transcendental, e que o paradoxo do título já nos dá mostra de seu significado: Ultra Violet (Light My Way); ora, ultravioleta faz parte do espectro de luz não visível, mas o trocadilho do título parece urgir para que algo ilumine sua vida! E, embora possa soar como sendo uma música de amor, parece não sê-lo: realmente parece representar uma relação de Bono com Deus, e aquele está se usando de metáforas românticas para representar tal relação. A letra é absolutamente bela, com uma melodia muito envolvente, uma linha de baixo perfeita e Bono cantando com a voz interior, como muitas vezes faz! Interessante que um erro na gravação não foi corrigido: a baqueta de Larry Mullen parece cair entre os minutos 3'10'' e 3'13'', mas isto não foi corrigido, e cria-se um efeito natural bem interessante nesta parte da música. Escute e observe! Qual não foi minha supresa (e do meu grande amigo Leandro) ao ouvirmos esta música sendo apresentada ao vivo na turnê U2 360 em São Paulo; a fumaça e a iluminação violeta fizeram todo o sentido! Inesquecível! Vou colocar a versão de estúdio porque algumas representações ao vivo a apresentam de forma um pouco diferente, e é importante que se compreende a versão original desta música, que é muito transcendental!




   A décima primeira canção foi (não sei se ainda é) a preferida do Leandro. Na época em que ele me apresentou o álbum, quando eu não fazia ideia das músicas do disco, ele me contou isto, e passei a ouvi-la mais vezes, e não simplesmente mudar a faixa só porque não era das minhas mais conhecidas; o resultado disto é que, não por insistência, mas apenas por ouvi-la direito, com a devida atenção que merece, passou a ser uma das grande músicas da banda para mim. Acrobat também tem um cunho religioso, parecendo ser tão objetiva, como se você simplesmente pudesse sair do mundo infernal que se apresenta ao seu redor, transcender por um instante e fazer as coisas corretamente. O seu papel na ideia do álbum também se encaixa perfeitamente, com Bono insistindo em uma nova ideia para a música do grupo naquele momento. É uma música muito marcante, e também pouquíssimo representada nos shows ao vivo, mas uma líder de apreço entre os fãs.



 
   A última música do álbum é um tanto depressiva, parecendo ter tido nova inspiração no divórcio do The Edge. Love is Blindness apresenta um apelo de visão incorreta do amor, como se justifcado ao término de um relacionamento. Com uma levada lenta e uma voz triste, a música é abstrata e faz várias referências às interpretações incorretas do amor. É uma música que fecha o ciclo de canções introspectivas e com melodias desenvolvidas com base em outras inspirações que permearam a banda à época e que deram curso ao disco como um todo.



 
   Por fim, o Achtung Baby faz parte dos álbuns clássicos que marcaram muito a minha vida jovem. Foi lançada uma edição comemorativa dos 20 anos de lançamento do álbum em 2011, com um segundo disco contendo outras músicas dos singles e B-sides. Por conter letras e melodias muito inspiradoras, com várias canções inovadoras e que fazem parte do setlist da banda em turnês pelo mundo mesmo hoje em dia, com canções que não nos permite cansar de ouvi-las repetitivamente (até pelos múltiplos significados que as várias músicas contêm) e por ter me introduzido de forma cabal no maravilhoso mundo do U2, é um disco eterno para mim e para muitos fãs da banda. Um grande álbum que me faz referência a uma grande amizade. Reitero que esta postagem é uma humilde homenagem a um grande amigo! Boa semana a todos!

7 comentários:

  1. Fui pego de surpresa e me sinto extremamente lisonjeado com o texto que acabo de ler! Eu que acompanho assiduamente este blog, não tenho palavras para descrever tal homenagem (não merecida, diga-se de passagem) e gostaria de dizer que compartilho da mesma opinião e a recíproca é mais que verdadeira. Confesso que lendo e olhando retrospectivamente tenho a sensação que a vida faz mais sentido quando as pessoas entendem sua história, sabem de onde vem e aonde querem chegar, e as marcas do caminho são a melhor parte dessa trajetória! Obrigado. Fico feliz também por saber que desde o princípio, seu objetivo em se tornar um grande profissional e seu sonho em voltar para a cidade natal e retribuir seu talento aos conterrâneos está prestes a acontecer! Homenagens e rasgações de seda à parte, mais uma bela pesquisa muito bem escrita e instrutiva. Esse tempo moderno onde temos contato com uma experiência multisensorial de ler, ver, ouvir e sentir um texto é maravilhoso! Sabia da amizade de George e Clapton, mas não dos bastidores, e quanto ao álbum, percebe-se por sumário raciocínio que sou suspeito para comentá-lo... Mas é sem dúvidas um paralelo com a mudança da sociedade pós Guerra Fria e suas quebras de paradigma foram um prenuncio de tudo que estaria por vir, no mínimo dez anos a frente do seu tempo! James Joyce disse que "Gênios cometem erros voluntários, pois estes sempre dão origem a alguma descoberta" Os irlandeses sabem o que dizem! Grande abraço e boa semana

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  2. Aí sim! Este comentário é muito importante para a continuação da minha saga em busca de um sentido nas coisas que rechearam a minha vida até agora! Você tem toda razão: eu procuro sempre me explicar e aos outros porque os livros, os quadros, os filmes e os discos são importantes para mim, e não somente tecer alguns comentários sobre eles. A arte, quando vista como um sentido em conjunto para quem a cria e para quem a absorve é algo realmente transcendental! Tudo isto está valendo muito a pena! E esta humilde homenagem a você, meu grande amigo, é mais do que merecida! Forte abraço, e obrigado, mais uma vez, por comentar! Isto mostra que algumas pessoas compartilham do meu apreço por toda essa arte que por aí está! E escrevendo tanto como venho descobrindo gostar de fazer, acho que não tardará o dia em que me engajarei em escrever um livro... hehe Não tardará! Deus me ajude! Fore abraço e boa semana para você também!

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  3. Oi João Paulo.
    Parabéns pela postagem de mais um excelente texto (por sinal, belíssimo).
    É você novamente se superando e escrevendo com maestria.
    Retratando a verdadeira amizade você me fez reviver momentos de intensa alegria e de sublime significado, e que me deixaram marcas indeléveis.
    Obrigado por tudo.
    Fique com Deus.

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    1. Pai, esta vontade de escrever incansavelmente vem de estímulos honestos, sinceros, e de apreços verdadeiros como os do senhor! Espero continuar mostrando que significado têm as coisas artísticas em nossas vidas, nossa formação, nossos anseios, nossos questionamentos, etc. Isto tudo me dá inspiração para continuar escrevendo, e o fato de pessoas como vcs estarem correspondendo em contraparte, faz-me querer ir mais longe! Forte abraço! E lembre-se: a maior inspiração tem essência na família!

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  4. Leandro,

    Eu também sou sua amiga!

    bju
    Carol

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  5. João Paulo, eu já tinha ficado encantado com O RAPTO DE PROSERPINA e O PALHAÇO, mas vc se superou em ACHTUNG BABY, pois nos mostra a fundo a veradeira amizade, inclusive me relembrou o famoso "boneco", o fiel companheiro de seu pai e meu grande amigo João Medeiros. Ler seus textos é passear pela história, pela geografia, pela arte, pela cultura, pelas relações, desejos e conflitos humanos, ou seja é viajar num mundo mágico que uma boa leitura nos proporciona. Parabéns.

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    1. Grande Junior! Muito obrigado pelo comentário!
      Insisto em repetir que esta reverberação decorrente do aqui escrevo é o mais importante estímulo para continuar este simples, mas para mim muito significativo, trabalho!
      Espero continuar apresentando grandes temas da arte universal e continuar atingindo horizontes para mim nunca imaginados.
      Como escrevi na primeira postagem deste blog, a busca pela verdade é algo que me impulsiona desde o mais antigo e esquecido momento de minha existência.
      Forte abraço!
      E, mais uma vez, obrigado pelo comentário!

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